Ontem fui a uma festa de aniversário/final de semestre aqui em Cambridge e numa bancada de cozinha vi uma escolha bastante diversificada de vinhos, cerveja, rum, tequila e outras bebidas. Para minha surpresa, contudo, a selecção mais proeminente no meio daquilo tudo eram 5 garrafas grandes de uma bebida portuguesa - nada mais nada menos que o notório bagaço (4 garrafas de São Vicente e uma garrafa de Vice-Rei).
Naturalmente que me questionei como é que aquelas garrafas tinham ido ali parar e qual a melhor forma de minimizar o impacto na reputação do país sem ser visto a entrar para o elevador com 5 garrafas de bagaço debaixo do braço. A coisa mais parecida com uma resposta ao meu inquérito foi "alguém trouxe isso aí para uma festa e deixou por cá, disseram que era bom" (ainda me interrogo quem terá sido) mas felizmente a maioria das pessoas pareceu esperta o suficiente para não tocar na coisa. A excepção foi o ucraniano de serviço, que misturou bagaço com mistura de Margarita (será que temos aí um novo cocktail, o Alentejo Livre?) para formar uma mistura que a 3 metros de distância e dentro de um copo me cheirava a mim mal.
Exportações são sempre boas para a economia nacional mas quando é que chegamos a um ponto em que dizemos que há certas coisas que são melhores ficarem em casa, certos esqueletos que é melhor ficarem no armário? Já não chega o Joaquim de Almeida?
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